Equipamento de Inspecção de Carril

Sábado, 6 Março, 2010
REFER adquire equipamento de inspecção do desgaste ondulatório dos carris.

A REFER adquiriu o seu primeiro equipamento de medição do desgaste ondulatório da mesa de rolamento do carril, com vista a potenciar a análise evolutiva deste tipo de desgaste e melhor apoiar a tomada de decisão sobre onde e quando devem ser realizados trabalhos de esmerilagem de carril.

O modelo agora adquirido pode ser adaptado para efectuar inspecção em três bitolas distintas (1.000mm; 1.435mm e 1.668mm), medindo qualquer irregularidade na mesa de rolamento do carril. A medição realiza-se com recurso a transdutores digitais de alta precisão (0,01mm), que permitem avaliar com rigor a profundidade do desgaste ondulatório, comunicando online estas oscilações ao computador de gestão de dados, que integra o sistema de inspecção.
O desgaste ondulatório manifesta-se longitudinalmente na mesa de rolamento do carril, mas, apesar de aturados estudos técnicos, não existem conclusões convincentes sobre as suas causas. Parece consensual que, sob a passagem de uma carga rolante, são produzidas vibrações transversais no carril que fazem variar o grau de aderência e pressão no próprio contacto roda-carril. Como consequência, são também produzidas variações na velocidade angular da roda e uma série de deslizamentos elementares, que se vão agravando progressivamente, determinando o desgaste ondulatório.
O desgaste causado será função da densidade do tráfego, verificando-se mais acentuado nos troços em que as composições arrancam e travam repetidamente, sendo que a posição das ligações de carril (ex. juntas) também influi, na medida em que a sua imperfeição amplia as forças que provocam as oscilações, e que por sua vez produzem vibrações no carril.
A longo prazo, o desgaste ondulatório provoca inúmeros efeitos negativos na infra-estrutura, como a degradação da geometria da via, a fadiga dos carris com o consequente desenvolvimento e propagação de defeitos internos, o desgaste das fixações e o desenvolvimento de fissuras em travessas. Simultaneamente, potencia-se o prematuro desgaste da suspensão do material circulante e a contaminação sonora ambiental e no interior dos veículos.
Não pondo directamente em risco a infra-estrutura ferroviária, o desgaste ondulatório amplia a manutenção requerida na via e no material circulante.
O prolongamento da vida útil do carril pode ser alcançado pela esmerilagem preventiva da via, que consiste na remoção de décimas de milímetro de material dos carris, reduzindo ou eliminando as ondas de desgaste por acção mecânica de pedras de esmeril.
A REFER prepara a aquisição de um segundo sistema de inspecção do desgaste ondulatório, a instalar num veículo pesado de inspecção (EM120), que servirá para caracterizar genericamente a rede e de forma a garantir a cobertura da totalidade da Rede Ferroviária Nacional de via larga (bitola 1.668mm).
Com a análise potenciada pela aquisição de ambos os equipamentos, a REFER encara com maior fundamento os objectivos de optimização da manutenção da sua rede e melhoria da qualidade da prestação do serviço de disponibilização de canais ferroviários.
6 de Março de 2010