Exposição "A Estação de Porto São Bento e a obra de Jorge Colaço"

2018-10-28

No âmbito das comemorações dos 150 anos do nascimento de Jorge Rey Colaço, que decorrem em 2018, estará patente ao público de 28 de outubro a 3 de dezembro de 2018 uma exposição sobre a Estação de Porto - São Bento e a vida e obra do autor.

A abertura da exposição aconteceu a 28 de outubro, data emblemática para a história e para o desenvolvimento do país: o dia em que assinalou o 162.º aniversário do caminho de ferro em Portugal. Com a presença do Vogal do Conselho de Administração da IP Património, José Carlos Osório, a inauguração incluiu uma visita guiada e uma apresentação pela investigadora Cláudia Emanuel, pela Arq. Paula Azevedo (IP Património) e pela Dra. Ana Sousa (CP - Comboios de Portugal).

As comemorações dos 150 anos do nascimento de Jorge Rey Colaço são coorganizadas pela Infraestruturas de Portugal, CP - Comboios de Portugal, Câmara Municipal de Loures, Museu Nacional do Azulejo, Fundação Instituto Marques da Silva e pela investigadora Cláudia Emanuel.

 

 

 

 

 

 

 

 

Sobre Jorge Colaço

"Jorge Colaço nasceu em Tânger em 26 de fevereiro de 1868 e faleceu em 1942, tendo efetuado os seus estudos artísticos em Madrid e em Paris. Foi um notável pintor a óleo com obra exposta em vários locais, nomeadamente no Museu Militar em Lisboa. Mestre e pioneiro do desenho gráfico em Portugal, publicou as suas primeiras «Histórias aos Quadradinhos» em 1893, na publicação A Revista (Ilustração Luso-Brasileira), da qual foi diretor artístico, assim como no semanário ilustrado Branco e Negro (1896-98), no Comércio do Porto Ilustrado (1915) e no Diário de Notícias Ilustrado (1915).

Como caricaturista colaborou nos jornais Branco e Negro, O Dia, A Voz, O Fradique. Evidenciada a sua capacidade para satirizar foi convidado a dirigir o suplemento humorístico do jornal O Século, entre 1897 e 1907.

Em 1903 começou a experimentar um novo suporte para as suas pinturas, o azulejo. Desenvolveu esta experiência a partir da sua ligação à família Gilman, proprietários da Fábrica de Loiça de Sacavém, situação que lhe permitiu ensaiar o seu traço sobre o novo suporte e produzir inúmeros painéis, ainda hoje considerados como obras-primas nacionais. Nesta Fábrica de Sacavém permaneceu até 1923, data em que passou para a Fábrica Lusitânia em Lisboa.

Jorge Colaço pintava azulejo segundo a técnica tradicional, isto é, sobre vidrado cru, mas também aplicando as técnicas da estampilha, estamparia, corda seca. Pintou ainda sobre chacota texturada, utilizou prateados, dourados. Mas principalmente inovou, ao pintar sobre vidrado já cozido! Utilizou também a serigrafia na cerâmica, a quem se atribui, sem certeza, ser pioneiro.

Jorge Colaço, num artigo que ele próprio escreve em 1933, refere ter como base essencial do seu trabalho um lema: Portugal. Pelas razões que o próprio invoca a temática da portugalidade é diversificada, desde cenas históricas, a cenas de carácter militar, cenas etnográficas (rurais e piscatórias), cenas religiosas, episódios da lírica de Camões e de outros autores … um manancial de temáticas a que uma imaginação criativa não ficou alheia.

Do artista são conhecidos mais de 1000 painéis azulejares!"

Cláudia Emanuel

 

A Estação de São Bento

Situada em pleno coração da zona histórica da cidade do Porto, a Estação Ferroviária de São Bento, inaugurada em 5 de outubro de 1916, constitui um dos ex-libris da cidade, e um dos seus principais polos de atração turística, seja pela arquitetura particular do edifício, da autoria do Arquiteto Marques da Silva, seja devido à invulgar riqueza do seu átrio principal, revestido com azulejos históricos, da autoria do artista plástico Jorge Colaço.

A gare, coberta, exemplar belíssimo da arquitetura industrial, com pilares de suporte em ferro fundido, foi inaugurada no dia 5 de outubro de 1916 e tem vindo a transformar-se progressivamente num polo intermodal entre diferentes meios de transporte assumindo-se como uma parte indissociável do território e da vida urbana.

Estação Monumental, classificada pela Direção Geral do Património Cultural como Imóvel de Interesse Público, em 31 de dezembro de 1997, é um dos edifícios mais visitados da Invicta.