Parabéns Estação do Oriente pelos 20 anos de vida

2018-05-18

Inserida na Linha do Norte, a Estação do Oriente, projetada pelo Arquiteto Santiago Calatrava, foi inaugurada a 19 de maio de 1998 para receber os visitantes da Expo’98, sendo considerada o maior nó de transportes da área metropolitana de Lisboa.

Celebra a 19 de maio de 2018 o seu 20º aniversário.

Tendo contribuído de forma incisiva para uma mudança na forma de viajar em Portugal, a Estação do Oriente foi, desde a sua abertura, o ponto de convergência de quem vive e/ou trabalha no Parque das Nações, constituindo um dos fatores de sucesso deste emblemático empreendimento, realizado para a comemoração dos 500 anos dos descobrimentos.

Citando o Arqt.º Santiago Calatrava “A Estação gera cidade à sua volta.”

Sobre a Estação do Oriente

Num projeto de uma estação intermodal como a Estação do Oriente é fundamental a facilidade de acessos entre os meios de transporte (Comboio, Metropolitano, Rodoviário, Táxis e transportes particulares).

Hoje, circulam diariamente na Estação mais de 150 mil pessoas, 200 comboios, 160 composições do metropolitano, várias centenas de autocarros, entre urbanos, suburbanos, nacionais e internacionais, 600 táxis e acima de 2.200 viaturas particulares. Todo este movimento faz-se sem que as pessoas tenham de formar filas ou se atropelem nos corredores.

A conceção da Estação do Oriente foi condicionada pela existência da linha do norte que limitou a cota da plataforma ferroviária e que lhe dá a caraterística de ser a única Estação Ferroviária, no mundo, em que o piso do átrio e das bilheteiras se situa abaixo do piso dos cais. A cota inferior da estação do Oriente foi estabelecida pela construção dos túneis do metropolitano. Entre os cais da ferrovia (piso superior da Estação) e do metropolitano (piso inferior da estação), existem 5 pisos que são ocupados pelos átrios e bilheteiras da ferrovia e do metropolitano, pelo terminal rodoviário, pelo estacionamento e pela galeria comercial.

Para auxiliar os passageiros nas deslocações entre os diversos pisos a Estação do Oriente está equipada com 34 escadas rolantes e 21 ascensores.

Outra característica que torna esta Estação singular é o facto de esta não possuir portas, sendo o acesso ao seu interior (espaços comuns) livre a qualquer hora do dia, sendo o seu funcionamento garantido 24 horas por dia.

O Arqt.º Santiago Calatrava quis demarcar esta opção quando escolheu utilizar a calçada portuguesa para revestimento do piso 0 (R/C) dando continuidade às calçadas dos passeios adjacentes prolongando assim os passeios para o interior da Estação. 

A construção e entrada em funcionamento da Estação do Oriente teve um impacto significativo nas deslocações e na redução do tempo de viagem, de quem vive ou trabalha em Lisboa. Este impacto foi visível na redução do fluxo de passageiros de outras Estações, como por exemplo na Estação de St.ª Apolónia, que ocorreu na sequência da abertura da Estação do Oriente, já que a conjugação, num só local, dos meios de transporte ferroviário, metropolitano, rodoviário, e também durante alguns anos a ligação ao transporte fluvial, que se realizava a partir da doca da Expo, torna mais expedita as deslocação de e para Lisboa.

A Estação do Oriente é hoje a principal estação do país em passageiros.

Segundo o Arqt.º Calatrava “Queria neste projeto refletir sobre a ideia de como crescem as árvores”. Fazendo um paralelo com a natureza podemos no piso das plataformas observar a cobertura, cuja estrutura metálica, lembra um conjunto de árvores dando ao passageiro que circula no cais, pela transparência da cobertura, a sensação de um passeio numa floresta em que o sol entra por entre a folhagem.

Nos pisos inferiores a estrutura em betão, com as suas formas orgânicas, poderá lembrar o desenvolvimento das raízes das árvores que mergulham no solo.

Além da inspiração no reino vegetal em muitas partes da estrutura da Estação encontram-se semelhanças com o corpo humano, semelhanças que o Arqt.º mostra nos seus esquissos da obra.

O Arqt.º Santiago Calatrava dá preferência, nas suas obras, à utilização do aço, pela leveza e plasticidade que este material transmite.

Notam-se também nas obras do Arqt.º Santiago Calatrava as influências de outros arquitetos, nomeadamente do Arqt.º Gaudi na utilização de revestimentos em cerâmica (trencadis – palavra que em catalão significa quebrado) e nas formas orgânicas que desenha, contudo as obras do Arqt.º Santiago Calatrava denotam uma maior sobriedade pelo reduzido leque cromático. Na Estação do Oriente são predominantes a cor cinzenta do betão, a cor branca da estrutura metálica e o transparente do vidro.

Prémios e Reconhecimentos

  • Prémio Brunel Awards, na categoria de Arquitetura, 1998
  • Estação Mais Segura da Europa, Estudo Europeu DECO, 2001

Sobre o Arqt.º Santiago Calatrava

Nasce em julho de 1951 (atualmente com 66 anos) em Benimamet (Valência).

Formou-se em arquitetura em Valência e posteriormente em Engenharia Civil em Zurique, cidade onde se doutorou em 1981.

Obras relevantes:

  • Cidade das Artes e Ciências em Valência
  • Museu de Arte em Milwuakee
  • Estação do Oriente em Lisboa
  • Estação do TGV em Guillemins (Bélgica)
  • World Trade Center Hub em Nova York