Linha do Algarve
A Infraestruturas de Portugal concluiu um conjunto de trabalhos de reabilitação e beneficiação das Estações de Porta Nova, Luz, Bom João, Almancil e Poço Barreto, na Linha do Algarve, num contributo para a melhoria da imagem e conservação do património destas Estações.
No essencial as intervenções visaram:
- remoção de graffiti;
- pintura de edifícios de passageiros e abrigos;
- reparação das superfícies dos muros, paredes e gradeamentos;
- colocação de suportes para bicicletas;
- beneficiação de mobiliário urbano e renovação de sinalética orientadora bilingue para os passageiros.
No Apeadeiro de Luz foi ainda reabilitada a estrutura da marquise "alpendre sustentado por estrutura metálica, que resguarda as plataformas de pequenas estações ferroviárias”, segundo o Dicionário de Arquitetura, numa ação de preservação de um património singular e identitário de muitas estações.
No que se refere às questões de segurança foram desenvolvidos diferentes melhoramentos, nomeadamente, ao nível do pavimento das plataformas e atravessamentos de nível; pintura de faixa de segurança e colocação de vedação e sinalética delimitando zonas de acesso restrito.
Sendo o Algarve um destino turístico de eleição, onde o número de passageiros nesta época do ano aumenta de forma significativa, o desenvolvimento destas ações reveste-se de particular importância e responde à permanente preocupação da Infraestruturas de Portugal em assegurar e oferecer melhores condições de conforto, mobilidade e segurança aos passageiros.
Estas intervenções, embora representem no conjunto um investimento reduzido, são altamente valorizadas pelos utilizadores e dão continuidade ao plano de investimentos previstos para a Linha do Algarve, onde, segundo dados da CP – Comboios de Portugal, no ano de 2016, foram transportados mais de 1 milhão e setecentos mil passageiros aos quais se somam cerca de 780 mil utilizadores de comboios de Longo Curso, com origem ou destino nesta linha.
Estação de Almancil
Estação da Luz - Antes da intervenção
Estação da Luz - Depois da intervenção (Reabilitação de marquise)
Marcos cronológicos do caminho-de-ferro no Algarve
- 1889-07-01 – A Linha do Sul chega a Faro
- 1903-02-15 – Abertura do troço Tunes – Portimão
- 1904-05-01 – É aberto à exploração pública o troço entre Faro e Olhão
- 1905-03-10 – O caminho-de-ferro chega a Tavira
- 1906-04-14 – Abertura à exploração pública do troço até Vila Real de Santo António
- 1922-07-30 – A rede do Sul chega a Lagos
Para a Linha do Algarve, primitivamente estudada pelos engenheiros ingleses da Companhia do Sueste e, posteriormente pelo Diretor das Linhas do Sul e Sueste sob a gerência dos Caminhos de Ferro do Estado, foram definidos, através de Circular do Ministério, de 2 de junho de 1875, os parâmetros que deveriam presidir ao projeto da Linha do Algarve a começar ao quilómetro 200, em Casével:
- O raio das curvas do traçado não deveria ser inferior a 300 metros;
- Quando dois ou mais ângulos fossem no mesmo sentido, poderiam as curvas seguirem-se sem alinhamento reto intermédio, em caso contrário, ou seja no caso de uma curva seguida de contracurva, deveria existir um alinhamento reto de 80 metros;
- Na presença de dois planos de subida e de descida, deveria entre eles existir um patamar de 100 metros;
- Na presença de um subida extensa, a mesma deveria ser atenuada por patamares, nunca devendo exceder 0,015 por metro.
O primeiro troço, até Faro haveria de ser inaugurado a 1 de julho de 1889. A partir daí a intervenção desenvolver-se-ia para este e oeste. Em fevereiro de 1903 o caminho-de-ferro chega a Portimão e no ano seguinte a Olhão.
No Barlavento, ultrapassados os problemas técnicos e financeiros relacionados com a construção de ponte sobre o rio Arade, a rede fica completa com a chegada a Lagos, que acontece a 30 de julho de 1922.