Beneficiação e Pintura da Estação Ferroviária do Carregado

2016-12-14
A Infraestruturas de Portugal concluiu os trabalhos de beneficiação e pintura da Estação do Carregado, na Linha do Norte.
 
Uma intervenção que englobou a limpeza das paredes, com a remoção de graffiti, a reparação e pintura. Um investimento reduzido que visa principalmente a preservação e valorização do vasto património edificado que se encontra a cargo da IP, contribuindo para a preservação da memória e identidade ferroviárias e melhoria geral das condições oferecidas aos utentes.
 
Esta ação assume um particular simbolismo no quadro da celebração dos 160 anos do caminho-de-ferro em Portugal.
 
Foi à Estação do Carregado, terminal provisório do Caminho de Ferro do Leste que tinha início em Lisboa, que chegou em 28 de outubro de 1856 o primeiro comboio a circular em Portugal.
 
O edifício de passageiros atualmente existente foi projetado por Cottinelli Telmo, personalidade multifacetada que se dedicou a diferentes áreas e disciplinas nomeadamente à Arquitetura e em particular à arquitetura ferroviária, após a sua admissão em 1923 na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses. 
 
O edifício inaugurado em 1931, em estilo Art Déco é composto por “um volume paralelepipédico com dois pisos, alçados simétricos e entrada central, incluindo habitações no piso superior. A qualificar essa base, o vestíbulo de passageiros era destacado com uma altura interior correspondente aos dois pisos e iluminado por dois grandes janelões semicirculares. As convenções da Art Déco ficavam evidentes nos planos escalonados das fachadas e no padrão geométrico abstrato dos lambris em azulejo e painéis de mosaico. A cobertura sobre o cais de passageiros era construída em betão armado na continuidade do edifício, apoiada em delgados pilares”. (in 1910-2010 O caminho de ferro em Portugal)
 
Da vasta obra ferroviária de Cottinelli Telmo destacam-se a Estação do Sul e Sueste (1932), exemplo da abertura ao modernismo internacional, classificada em 2012 como monumento de interesse público e os edifícios de passageiros da Estação de Alcântara-Mar (1928); Tomar (1931); Azambuja (1934); Praça do Quebedo (1935); Curia (1944) ou Vila Real de Santo António (1945).