Linha de Cintura - Estação de Alcântara-Terra

2018-12-15

A IP concluiu os trabalhos de substituição da cobertura das plataformas da Estação de Alcântara-Terra, na Linha de Cintura, em Lisboa.

A intervenção, com um investimento associado de cerca de 485 mil euros, visou a substituição de toda a cobertura com a colocação de novo material que, para além de melhorar significativamente o conforto térmico e acústico da estação dá igualmente cumprimento às disposições regulamentares em vigor relativas à remoção de produtos que contenham fibras de amianto presentes em edifícios, instalações e equipamentos públicos, como era o caso.

No âmbito da empreitada foi igualmente reparada toda a estrutura metálica de suporte à cobertura mediante o tratamento dos elementos construtivos danificados, proteção anticorrosiva e pintura, bem como instalado um sistema anti pombos de modo a minimizar os danos provocados pelo povoamento destas aves.

A obra esteve a cargo da IP e teve em consideração a regulamentação, especificidade e certificação necessária para o manuseamento de painéis com amianto, o seu encaminhamento e tratamento como resíduo, bem como a complexidade do modelo de elevação e acesso à zona de trabalho, conjugada com as medidas de proteção necessárias e a complexidade decorrente da execução dos trabalhos numa estação em exploração.

Estação antes da intervenção

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Estação depois da intervenção

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Estrutura de Ferro

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Trabalhos de Decapagem

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Trabalhos de remoção de amianto

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A Estação de Alcântara-Terra

A Estação de Alcântara-Terra, hoje estação terminal da Linha de Cintura, pertencia inicialmente, à Linha do Oeste, então designada “Linha de Lisboa a Torres Vedras, Figueira e Alfarelos e Ramal de Sintra”.
 
Em 1882 foi aprovada pelo Parlamento uma proposta para a construção de uma linha férrea que partisse de Alcântara até Torres Vedras, com ramais para Sintra e Merceana, e outro desde Torres Vedras com paragem em Caldas da Rainha, São Martinho, Leiria, Figueira da Foz que entroncaria com a Linha do Norte através do Ramal de Alfarelos.
 
Os trabalhos de construção iniciaram-se em 1886 e no dia 2 de abril de 1887 foi aberta à exploração pública a linha de Alcântara a Sintra, muito aplaudida pela imprensa que previa uma nova época de prosperidade e riqueza para a região e uma grande afluência de visitantes.

O ferro na arquitetura do séc. XIX

Material indissociável dos grandes programas arquiteturais surgidos com o desenvolvimento da sociedade industrial, o ferro alia características únicas de racionalidade e robustez.
 
A partir de meados dos anos 50 do século XIX os caminhos-de-ferro, pontes, armazéns e unidades fabris foram os grandes produtos das novas tecnologias de construção com o ferro e a promessa de uma nova arquitetura.
 
Na ferrovia nacional encontram-se diversas obras emblemáticas em ferro como a Ponte D. Maria Pia (Casa Eiffel, 1877) e as coberturas das plataformas de várias estações, como as de Porto-São Bento (1916), de Lisboa-Rossio (1890) e de Alcântara-Terra (1887), projeto atribuído a Bartissol e a Seyrig, colaborador da Casa Eiffel.