Conclusão de empreitadas de estabilização de taludes
A Infraestruturas de Portugal concluiu duas empreitadas de estabilização de taludes na Linha do Douro, com um investimento global a 150 mil euros.
A primeira empreitada visou o tratamento dos emboquilhamentos dos túneis de Campainha ao ponto quilométrico (PK) 58,289, entre a Estação de Livração e Marco de Canavezes; Riboura ao Pk 84,555, entre a Estação da Ermida e Rede, e Fontainhas I ao Pk 166,741, localizado entre as estações de Vargelas e Pocinho.
Nos emboquilhamentos destes túneis, constituídos pelos taludes frontais e laterais foram detetadas algumas anomalias que poderiam comprometer a estabilidade dos mesmos.
Conscientes de que a meteorização e alteração do estado dos taludes é um processo evolutivo que se vai agravando com a passagem do tempo, e de que, aquando de condições meteorológicas adversas pode ocorrer o agravamento súbito do seu estado e consequentemente fenómenos como quedas de blocos rochosos que poderão interferir com o gabarit e originar incidentes, foi decidido agir de modo preventivo procedendo ao tratamento dos mesmos com um sistema de redes e cabos de aço moldados e pregados aos taludes.
Esta solução técnica, para além de menos onerosa face, por exemplo, à estabilização por aplicação de betão projetado, teve igualmente em conta a geologia local e o enquadramento paisagístico, uma vez que os locais estão inseridos na zona protegida do Alto Douro Vinhateiro, inscrita na lista do Património Mundial da UNESCO.
Também na Linha do Douro foi concluída a empreitada de estabilização do talude ao Pk 71,450, localizado entre as estações de Pala e Mosteirô onde, em janeiro de 2016, devido à forte precipitação, ocorreu um deslizamento de terras que teve como consequência o descarrilamento de um comboio.
Este talude de escavação apresenta uma altura média de aproximadamente 18 metros e uma inclinação que se pode considerar semi-vertical, de natureza granítica. A estabilização foi efetuada com recurso à aplicação de manta geossintética, pregagens constituídas por varões, e seladas com calda de cimento e redes, assim como drenagem de crista e base de talude.
Com a conclusão da intervenção foi possível restabelecer as condições de segurança e consequentemente eliminar a limitação de velocidade de 30km/h, que havia sido implementada como medida cautelar, em troço onde a circulação se processava a 80km/h.
No decurso dos trabalhos, e apesar da sua extensão e acesso difícil, em zona onde a linha, em grande parte do seu percurso, acompanha as margens do rio Douro, não ocorreram quaisquer acidentes ou incidentes, tendo, inclusive, sido possível antecipar a data de conclusão da segunda empreitada face ao calendário previsto.
Enquadrando-se no âmbito das ações previstas para o ano de 2016 com o propósito de assegurar e garantir a observância dos índices de fiabilidade, comportamento e segurança, ambas as empreitadas esteviram a cargo da Infraestruturas de Portugal, que assegurou o projeto, a gestão, a coordenação e a sua fiscalização.